Parabens ao Ministério Ensinando de Sião, abaixo mais um dos inúmeros ensinamentos dessa edificante Congregação Judaico Messiânica, localizada em Belo Horizonte MG, que tem realizado um trabalho "extraordinário" em prol da RECONCILIAÇÃO entre Israel e a Igreja Cristã no BRAsil e em todas as nações:
Subindo a
“rampa” de 49 dias de Páscoa à Pentecostes
Passamos pela celebração da festa
memorial de Pessach (páscoa) que nos chama atenção, em analogismo, com a nossa
saída do ‘egito’ (que representa o sistema do mundo que jaz em trevas[1],
afastado de D´us) para a plena liberdade. A celebração da páscoa reforça nossa
lembrança que não somos mais escravos do pecado. Agora somos livres em Yeshua,
o Maschiach[2],
na Sua ressurreição, porém sem nos esquecer que estamos ainda num
processo de libertação, renovação de conceitos, pensamentos[3],
nos livrando a cada dia das prisões da mente, da alma, do “eu” interior. Sempre
há ‘prisões’ interiores das quais precisamos ser livres. Sempre há algo ruim ou
não perfeito em nós que precisa dar lugar à consolidação do caráter de Yeshua
em nós. Se saímos de fato do ‘egito’, então, precisamos estar seguros que
o ‘egito’ saiu de dentro de nós também. Nascer de novo nas águas do Espírito[4] é
a nossa primeira experiência, mas na caminhada pelo ‘deserto’ da vida
precisaremos ainda de muita cura e libertação. Afinal, se nasce de novo em
Espírito e não na carne (coisas da alma e do corpo). Na páscoa D´us nos lembra
que Ele nos quer totalmente livres, mas isto não significa que viveremos sem regras
e limites. A liberdade sem lei leva à libertinagem. Agora, em Yeshua, Aquele
que é o Cordeiro Pascoal[5],
resgatamos nossa identidade, pois não havia identidade num sistema de
escravidão, quando cedíamos nossa liberdade ao senhor das trevas e éramos
aprisionados nas paixões[6] de
nossa carne. Agora, estamos livres e precisamos ser libertos para consolidar
esta nova natureza espiritual, nosso novo nascimento em Yeshua, D´us nos tirou
do ‘egito’ para nos transportar até às instruções do Monte Sinai, onde o povo
hebreu recebeu no 50º. dia após a saída do Egito, a outorga da Torá[7] (matan
Hatorá), as instruções de D´us, os limites que protegem e asseguram a
verdadeira graça e liberdade na independência do sistema das trevas, embora
ainda vivendo no “deserto” a caminho de Canaã, que tipifica o Reino de justiça,
paz e alegria que será implantado neste terra quando Yeshua aqui regressar.
D´us pediu ao povo hebreu que
contasse 49 dias (Contagem dos molhos – Sefirat haOmer-Lv23:15) e se preparasse
nesse tempo para a celebração da festa de Shavuot (Pentecostes), que comemora a
experiência da Torá, o recebimento da santa Instrução. Se na páscoa fomos
libertos DE algo que nos prendia, agora em Shavuot somos
libertos PARA servir a D´us. Ninguém pode servir
efetivamente a D´us preso ou aprisionado, mas livre, exercendo a plenitude do
livre-arbítrio, maior expressão do amor de D´us. O seguidor de Yeshua que passa
por uma real páscoa, apropria-se da nova natureza, do novo nascimento
espiritual. No Sefirat haOmer, durante 49 dias, caminharemos no sentido de
consolidar essa nova natureza de D´us em nós que Paulo disse quando o Espírito
do Eterno quer habitar dentro de nós[8].
Na contagem desse tempo abrimos o nosso coração para a união da Graça com a Lei,
ou seja, a graça não pode existir sem a lei e a lei não pode existir sem a
graça, pois ambas estão interligadas e se completam. Se na graça estamos livres
do pecado, a lei ( as instruções da Torá) nos serve de “bússola” nos guiando
seguramente ao nosso destino, à terra de Canaã que corre leite e mel.
Fomos salvos pela Graça em Yeshua,
mas agora precisamos continuar nossa vida caminhando no “deserto” deste mundo,
mas protegidos, obedecendo aos mandamentos, estatutos e ordenanças do Senhor. A
Torá estabelece os limites da nossa liberdade e nos mostra a iniqüidade do
mundo, nos apontando o perigo e o dano pecado. Ela quer nos proteger e nos dar
a melhor qualidade de vida, porque a Lei é boa, justa e santa.[9]
E agora, vamos subir a rampa? o subir
a rampa é uma maneira que encontrei para mostrar o gráfico da nossa caminha e
trajetória para a terra de Canaã, fazendo uma analogia com as festas bíblicas
fixas de Lev.23. Todas elas foram celebradas por Yeshua, por isso, são
instruções apostólicas para aqueles que o seguem ou se dizem Messiânicos ou
Cristãos.
O fato de D´us ter estabelecido 49
dias (7 semanas) para este período, decidi representá-lo por um rampa, como
mostra o gráfico na figura abaixo. Por que uma rampa? uma rampa mostra um
caminho a um nível superior, exigirá esforço de quem sobe. Espiritualmente
falando, tornar-se livre do ‘egito’ foi relativamente fácil, mas agora, devemos
nos apropriar de fato da nossa liberdade em Cristo pela sua Graça. Mas o subir
a rampa nos exigirá um esforço maior, diria até uma qualificação pessoal, pois
estaremos sendo solicitado neste tempo de preparação para uma maturidade
espiritual maior, sendo habitados para sermos SERVOS dele, pois Ele venceu a
morte e Nele venceremos também. Ele foi a Primícia dos que dormem, que
venceu a morte e Nele venceremos também e seremos também ressuscitados,
semelhante a Ele. Tudo isto é um processo até que tudo em nós esteja 100%
redimido.
Portanto, ao mesmo tempo que nos
esforçamos para subir uma rampa durante 7 semanas, teremos tempo para uma
introspecção pessoal, tempo de reflexão e meditação sobre nossos pensamentos e
atitudes agora como seguidores de Yeshua. Sempre digo que D´us quer nos dar
nesse tempo de preparação para o recebimento da Torá e dos dons espirituais,
uma nova e definitiva experiência com o Espírito Santo que quer nos dar dons e
ministério como aconteceu com os apóstolos que estavam confinados no cenáculo
aguardando a direção do Espírito. Cristo havia ressuscitado e partido, o que
aconteceria agora com esses discípulos? o que seria deles? Na verdade, estavam
quietos aguardando o mover do Espírito, discernindo fatos passados, buscando
nova direção. Não seria isto o que precisa acontecer em nossa vida nessa
estação propícia na contagem dos Omer? O contar é diário, mostrando que nossa
meditação e correção é diária. Portanto, arrependimento e novos propósitos são
extremamente necessários neste ciclo, pois estamos num processo do ser LIVRES
para sermos LIBERTOS.

Este gráfico mostra simbolicamente a
caminhada que um salvo em Yeshua percorre, deixando o Caminho do mundo,
passando a ser livre (pelo novo nascimento-páscoa) e que agora necessita “subir
a Rampa” para alcançar um nível superior de qualificação em Shavuot (
pentecostes), tanto na Revelação da Torá quanto na busca do recebimento dos
dons e ministério do Espírito Santo
Este tempo de contagem do Omer nos leva
a conquista de um espaço maior, EU DIRIA QUE É UM TEMPO PARA CONQUISTAR NOSSA
LIBERDADE INTERIOR. Há 2000 anos quando os apóstolos estavam (segundo relatado
em Atos 2) celebrando a festa de Shavuot, temerosos e inseguros de como seria a
vida deles após a ressurreição de Yeshua, eles foram batizados pelo Espírito
Santo de D´us que desceu sob a forma de línguas de fogo e encheu a todos com a
manifestação do poder Dele. Foram cheios do Espírito de D´us, receberam unção,
sabedoria, intrepidez e coragem para proclamarem as Boas Novas do Reino de
Yeshua e isto continua conosco até que Ele retorne em glória e estabeleça Seu
Reino Messiânico nesta terra. Portanto, queremos que todos vocês se encham
também Deste Espírito, se preparando para a grande celebração de Shavuot, nossa
redenção espiritual, quando somos libertos para servir a D´us já na
semelhança de Seu filho Yeshua. Se agora o Espírito Santo habita em
nós (I Co 6:19), então, podemos nos apropriar do caráter divino Dele, sendo
misericordiosos, compassivos, longânimos, benignos, guardadores[10],
fiéis, perdoares (que fazem parte dos 13 atributos de D´us conforme
Ex34:6 que são de fato frutos do Espírito, respectivamente, bondade, paz,
paciência, benignidade, domínio próprio[11],
fidelidade, amor e outros). Mas, nós sabemos que a Festa de Sucot (também
conhecida como Festa da Colheita de Frutos ou Tabernáculos) tem uma analogia
muito forte com os frutos do Espírito (citado em Gálatas 5:22-23), quando a
Igreja já madura refletirá o próprio caráter do seu Noivo, Yeshua, e então,
ela adentrará às Bodas de Núpcias[12] com
o Cordeiro e Filho de D´us. Notemos que os frutos da Paz e da Alegria
(completando os nove) se completam no tempo da festa de Tabernáculos
(continuando o processo de santificação), estaremos aptos a produzir os nove
frutos do Espírito em plenitude, quando alcançaremos finalmente a estatura do
Varão Perfeito (Ef 4:13). Isto é lindo e real, Emanuel, D´us conosco!
Eu comparo a contagem dos 49 dias
como uma “subida da rampa” (vide o gráfico acima) quando a cada dia somos
solicitados a andar devagar mas em ritmo constante a fim de perceber nosso
progresso nessa jornada. Por isso, no judaísmo, temos a cada dia recitações de
bênçãos fazendo essa contagem dos Omer. Depois, numa segunda etapa, teremos uma
“segunda rampa”, tempo de preparação final representada pelas festas das
Trombetas (Rosh Hashaná) e Yom Kipur, para chegarmos ao nosso destino final, a
celebração das Bodas do Cordeiro, a Festa de Tabernáculos que dura sete dias.
Aí teremos chegado no auge das celebrações da Grande Festa, como a Bíblia a
denomina. Estaremos mais próximo do Grande Dia do Senhor, o Dia que Ele volta
em glória para estabelecer com sua Igreja (composta de judeus e gentios salvos)
o Reino Milenar para aqueles que crêem numa terra redimida e as nações subindo
de ano[13] a
ano para celebrar em Jerusalém a Festa dos Tabernáculos com o próprio Messias
Yeshua.
Mas, nesse momento, concentremo-nos
no tempo em que estamos, contando nossos dias e conquistas para celebrarmos a
Festa de Pentecostes que se aproxima com grande êxito e conquistas.
Hag Shavuot Sameach! Feliz Festa de
Pentecostes!
(Se o leitor desejar maiores
informações sobre essas festas, acesse www.tvsiao.com ,
estudos das Parashiot.
Marcelo Miranda Guimarães é rabino
messiânico ordenado pelo Netivyah de Jerusalém-Israel e pela UMJC-EUA. Fundador
do Ministério Ensinando de Sião e da Congregação Har Tzion de Belo Horizonte.
Fale conosco: sião@ensinandodesiao.org.br e www.ensinandodesiao.org.br.
Acompanhe nossos serviços ao vivo: todos os sábados, às 10 horas, pela TV Sião,
acessando www.tvsiao.com
[2] Maschiach,
palavra hebraica para o Messias, que significa o Ungido, o mesmo que Cristo, no
grego
[7] Torá,
vem do verdo Yará que significa Instruções de D´us para acertar o alvo,
contrário de pecado que é “chatá’, errar o alvo
[10]A
palavra no original citada em Ex34:7 é Notzer, ou seja, Nazareno, aquele
que mantém, que guarda e que domina a Sua Palavra. Por isso, interpretei como
ter o domínio próprio ou o auto controle, o zelo de todas as coisas, fazendo
uma analogia com o fruto do Espírito ‘Domínio Próprio’ citada em Gl 5:23
Nenhum comentário:
Postar um comentário