Graça e PAZ! Amados (as) em Cristo Jesus!
Trata-se de tema polêmico que infelizmente foi "mal interpretado" por líderes do passado, que ainda hoje alguns de seus discípulos persistem em sustentar!
Mas a verdade é que Israel ainda é o relógio do D+++us Vivo e calendário vital que nós Cristãs Verdadeiros devemos usar "como referência" no marco histórico para observância do calendário PROFético para a Volta do amado das "nossas almas"!
Apesar do SR! J! YeshuaH declarar em Mateus 21.43, que estaria &legendo outra nação para "dar frutos", em hipótese alguma, ele desprezou a "oliveira natural" como o apóstolo Paulo descreveu em Romanos 11.
Veja abaixo a confirmação destas afirmações:
1 Pedro 2 e a Teologia da Substituição
Thomas Ice
“Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de
Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes
misericórdia” (1Pe 2.9-10).
Este texto da Primeira Carta de
Pedro, capítulo 2, é uma passagem importante frequentemente utilizada pelos
teólogos da substituição em seu esforço para afirmar que a Igreja substituiu
Israel, tornando-se o “Verdadeiro Israel”. Por exemplo, o comentarista Peter
Davis diz:
Esta posição é descrita por se
transferir para a igreja os títulos de Israel encontrados no Antigo Testamento
(pois a igreja é o verdadeiro remanescente de Israel, como indica o uso dos
títulos de Israel em 1.1).[1]
Outro autor diz:
Já não é dito que o povo escolhido de
Deus é aquele que descende fisicamente de Abraão, pois os cristãos são agora a
verdadeira “raça eleita” (...). O que mais poderia ser necessário para se
afirmar com certeza que a igreja agora se tornou o verdadeiro Israel de
Deus?[2]
Ainda outro afirma:
Pedro prossegue em aplicar à igreja
título após título que fora conferido ao antigo Israel, tendo a igreja como o
novo Israel de Deus (...) Nada poderia mostrar mais claramente do que estes
dois versículos [1Pe 2.9-10] a afirmação da igreja cristã primitiva de ser o
verdadeiro povo de Deus, herdeira de todas as promessas feitas ao antigo
Israel.[3]
Creio que tais intepretações desta
passagem estão erradas e que não há no Novo Testamento nenhum texto que afirme
que a Igreja substituiu Israel. Certamente 1 Pedro 2 não afirma isto!
A Quem Pedro
Escreveu?
A interpretação que uma pessoa dá à
Epístola de Pedro é determinada (pressupondo que tal pessoa seja consistente
com a aplicação de seu ponto de partida) por aqueles a quem Pedro está
escrevendo. Pedro diz: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos
que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”
(1Pe 1.1).O Apóstolo Paulo nos diz que Pedro era o Apóstolo para o povo
judeu: “Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da
incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão (pois
aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também
operou eficazmente em mim para com os gentios) (...)” (Gl 2.7-8). Pedro
descreve aqueles a quem ele está escrevendo como “forasteiros” e “dispersos”
por toda aquela região que hoje conhecemos como Turquia. Forasteiro é alguém
que não procede originalmente do local de sua residência. Um léxico grego diz
que a palavra se refere a “estar por um tempo em um lugar estranho,
permanecendo ali ou residindo ali temporariamente”.[4] A próxima palavra
traduzida por “Dispersão” é a palavra grega da qual obtemos o conhecido termo
“diáspora”, que fala sobre os judeus vivendo fora de Israel, nas nações
gentias. O léxico grego define esta palavra como “estado ou condição de ser
espalhado, disperso, diáspora”.[5] A única outra vez que ela é usada no Novo
Testamento em grego é em Tiago 1.1: “Tiago, servo de Deus e do Senhor
Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações”. Claramente,
Tiago estava escrevendo para judeus crentes.
Parece muito claro, a partir da
afirmação de abertura de Pedro, que ele está escrevendo esta carta a cristãos
judeus, assim como Tiago o fez também. Arnold Fruchtenbaum observa
corretamente:
Das vinte e uma epístolas do Novo
Testamento, cinco foram escritas a crentes judeus tratando das necessidades dos
crentes judeus e de questões específicas que os crentes judeus estavam
enfrentando. Há coisas nessas epístolas que são aplicáveis a todos os crentes,
mas algumas são verdadeiras somente sobre crentes judeus. Estas cinco epístolas
são: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro e Judas.[6]
É interessante que a maioria dos Pais
da Igreja primitiva também concordava que 1 Pedro tivesse sido escrita aos
crentes judeus espalhados por todas as regiões citadas, no que é a Turquia dos
tempos atuais.
Com umas poucas exceções, os Pais criam
que esta carta foi escrita pelo apóstolo Pedro e enviada a cristãos judeus na
Diáspora (Euzébio de Cesaréia, Dídimo, André, Ecumênios). Eles reconheciam que
a carta possui semelhanças próximas a Tiago e explicavam isto dizendo que tanto
Pedro quanto Tiago eram apóstolos aos judeus, embora Pedro pareça ter se
concentrado mais naqueles que viviam fora da Palestina (André).[7]
Fica claro que Pedro, um apóstolo que
fora especificamente chamado para ministrar aos judeus, está escrevendo uma
carta para encorajar os crentes judeus que estavam na Diáspora. Não faz sentido
falar que os crentes gentios são forasteiros se eles estão vivendo em nações
gentias. Mas faz muito sentido falar que os crentes judeus são forasteiros
vivendo em terras gentias, provavelmente vivendo ali desde sua dispersão
provocada pelos assírios e babilônios. Fruchtenbaum explica:
Deve-se ter em mente que Pedro está
escrevendo a crentes judeus. Por toda a Escritura, há sempre dois “Israéis”:
Israel, o todo, que compreende todos os judeus; e Israel, o Remanescente, que
compreende somente os judeus crentes. Aqui, Pedro distingue entre o
Remanescente e o Não-Remanescente. A Teologia da Substituição, entretanto,
baseia-se nesta passagem como prova de que o verdadeiro Israel é a Igreja.[8]
Se alguém entende que essa epístola
foi escrita a cristãos judeus, então esta será uma questão-chave para que tal
pessoa entenda as afirmações apresentadas no capítulo 2 de 1 Pedro. Se uma
pessoa crê, a despeito das evidências, que ela é uma epístola geral, escrita
para a Igreja como um todo, isto também vai explicar como tal pessoa entende o
capítulo 2 de maneira diferente.
O Israel de Deus
Pedro estava escrevendo aos crentes
judeus e informando-os do fato de que, por eles terem aceitado Jesus como seu
Messias, haviam recebido a benção plena dada pelo Senhor a um membro da nação
eleita por Deus – Israel. Todavia, os teólogos da substituição tentam usar 1
Pedro 2 como prova de que a Igreja substituiu Israel para sempre.

Deus irá, deveras, cumprir todas as promessas feitas a Israel, muito embora durante a Era da Igreja Ele esteja combinando judeus eleitos e gentios em um corpo único e co-igual (Ef 2.11-12).
“Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de
Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes
misericórdia” (1Pe 2.9-10). Embora muitos exemplos de interpretações
que a Teologia da Substituição dá a esta passagem pudessem ser citados,
mencionarei somente um exemplo. Diz Paul Achtemeier:
A descrição dupla da nova comunidade
(1Pe 2.5; 2.9-10) mostra por meio de sua linguagem que a Igreja agora tomou
posse do papel de Israel.[9]
A Teologia da Substituição afirma:
como termos que foram claramente usados para Israel são citados nessa epístola
do Novo Testamento, segue que esses termos se aplicam à Igreja; assim, a Igreja
substituiu Israel. Não há dúvida de que uma linguagem clara do Antigo
Testamento, usada no primeiro testamento em relação a Israel, seja usada em 1
Pedro 2. Esses termos incluem: “raça eleita”, “sacerdócio real”, “nação santa”,
“povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9). Contudo, como Pedro está
escrevendo para “o Israel de Deus”, ou seja, para os crentes judeus, ele está
listando essas descrições do Antigo Testamento sobre Israel para que eles
saibam que tudo o que lhes foi prometido no Antigo Testamento está sendo
cumprido por meio da fé em Jesus, como o Messias deles. Isto é justaposto por
uma comparação com os judeus não-crentes, que não haviam confiado em Jesus como
o Messias de Israel, mencionados nos versículos 7-8. Pedro fala da “pedra
que os construtores rejeitaram” (1Pe 2.7) como uma provável referência
à liderança judaica que levou a nação a rejeitar Jesus como o Messias. Além
disso, Pedro descreve os judeus não-crentes como aqueles que viram Jesus
como “pedra de tropeço e rocha de ofensa” (1Pe 2.8a). Ele
observa a respeito desses judeus não-crentes: “São estes os que
tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1Pe
2.8b).
Um contraste claro é observado à
medida que o versículo 9 começa: “Vós, porém...”. Em contraste
com os judeus não-crentes, os judeus crentes serão, de fato, beneficiários das
bênçãos do Antigo Testamento, decretadas para a nação de Israel, por meio da fé
em Jesus. Assim, essas quatro descrições no versículo 9 não estão sendo
transpostas para a Igreja; em vez disso, elas são reiteradas aos crentes judeus
dentro da Igreja, pelo Apóstolo aos Circuncidados. Fruchtenbaum explica:
É importante reconhecer que o
contraste que Pedro faz aqui não é entre a Igreja e Israel, ou entre crentes e
não-crentes, ou entre judeus não-crentes e gentios crentes. Em vez disso, o
contraste aqui é entre o Remanescente de Israel e o Não-Remanescente de Israel.
A afirmação de Pedro é que, embora Israel como um todo tenha fracassado em
cumprir com o seu chamado, o Remanescente de Israel não fracassou em cumprir
com o seu chamado.[10]
A seguir, Pedro explica sua
afirmação, à medida que ele se move para o versículo 10, onde se refere ao
profeta Oséias, do Antigo Testamento. Um dos filhos ilegítimos de Gômer tinha o
nome de “Lo-Ami” (Os 1.9, ACF), que em hebraico
significa “Não-Meu-Povo”. A criança recebeu esse nome porque
era fruto não de Oséias, marido de Gômer, mas da prostituição de Gômer. Como
Oséias é um tipo de Deus naquele livro, o Senhor está dizendo que nem todos os
filhos de Israel são Seus descendentes. (Entendo que esta é a maneira que Deus
usa para dizer que muitos dentro do Israel nacional eram incrédulos em relação
à sua salvação individual, embora ainda fizessem parte do Israel nacional).
Contudo, o versículo seguinte logo diz: “Todavia, o número dos filhos
de Israel será como a areia do mar, que se não pode medir, nem contar; e
acontecerá que, no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes
dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (Os 1.10). Isto é muito semelhante
ao que Pedro está dizendo em 1 Pedro 2.10 sobre os crentes judeus de seus dias.
Novamente, Fruchtenbaum explica:
O contexto de Oséias trata de Israel.
Por um determinado tempo, Israel, pelo menos experimentalmente, não seria o
povo de Deus. Entretanto, no futuro, quando Israel passar pela salvação
nacional, novamente se tornará meu povo. O que será verdadeiro
sobre Israel como nação no futuro é verdadeiro sobre o Remanescente de Israel
no presente, a saber, experimentalmente eles se tornaram o povo de Deus
novamente porque são membros do Remanescente crente.[11]

Conclusão
Embora muito mais poderia ser dito
sobre 1 Pedro 2, fica abundantemente claro que a passagem não apóia nenhuma
forma de Teologia da Substituição. Pelo contrário, fala de um cumprimento das
promessas de Deus feitas no Antigo Testamento ao Israel de Deus através de
Cristo, não de uma substituição de Israel pela Igreja. Deus irá, deveras,
cumprir todas as promessas feitas a Israel, muito embora durante a Era da
Igreja Ele esteja combinando judeus eleitos e gentios em um corpo único e
co-igual (Ef 2.11-12). Se o Novo Testamento de fato afirmasse o
supersessionismo, ou a Teologia da Substituição, deveria haver ali uma
afirmação clara de tal doutrina. Todavia, não aparece nenhum ensinamento claro
dela, a despeito das muitas inferências feitas por intérpretes. Adicionalmente,
o Apóstolo Paulo afirma justamente o oposto em Romanos 9-11. Até mesmo um
estudioso liberal como Peter Richardson é capaz de reconhecer esta verdade
quando diz:
Também há uma descontinuidade entre a
Igreja e Israel depois de Cristo. A despeito dos muitos atributos,
características, privilégios e prerrogativas deste último, que são atribuídos à
primeira, a Igreja não é chamada de Israel no Novo Testamento.[12]
Maranata! (Thomas Ice — Pre-Trib Perspectives)
Notas:
1. Peter H.
Davids, The First Epistle of Peter [A Primeira Epístola de
Pedro], (Grand Rapids: Eerdmans, 1990), p. 93.
2. Wayne Grudem, 1
Peter, Tyndale New Testament Commentary [1 Pedro, Comentário Tyndale
do Novo Testamento], (Grand Rapids: Eerdmans, 1988), p. 113.
3. Archibald M.
Hunter, “The First Epistle of Peter”, The Interpreter’s Bible in Twelve
Volumes [A Primeira Epístola de Pedro, A Bíblia do Intérprete em Doze
Volumes], (Nashville: Abingdon Press, 1957), vol. 12; pp.110-11.
4. Frederick W.
Danker, A Greek-English Lexicon of the New Testament and other early
Christian Literature [Um Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e
Outras Literaturas Cristãs Primitivas], 3ª ed. (Chicago: The University of
Chicago Press, 2000), p. 775.
5. Danker, Greek-English
lexicon [Léxico Grego-Inglês], p. 236.
6. Arnold G.
Fruchtenbaum, The Messianic Jewish Epistles: Hebrews, James, First
Peter, Second Peter, Jude [As Epístolas Judaicas Messiânicas: Hebreus,
Tiago, Primeira Pedro, Segunda Pedro, Judas] (Tustin, CA: Ariel Ministries,
2005), p. xvii.
7. Gerald Bray, ed.,
“James, 1-2 Peter, 1-3 John, Jude”, Ancient Christian Commentary on
Scripture: New Testament [Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas;
Comentário Cristão Antigo Sobre as Escrituras: Novo Testamento] (Downers Grove,
IL: InterVarsity, 2000), p. 65. Na verdade, D. E. Hiebert lista outros que
acham que 1 Pedro foi escrita para judeus cristãos, como Calvino, Bengel,
Weiss, Alford, English, e Wuest. D. E. Hiebert, 1 Peter [1
Pedro], (Chicago: Moody, 1992), p. 24, como citado em Michael J. Vlach, Has
The Church Replaced Israel?: A Theological Evaluation [A Igreja
Substituiu Israel? Uma Avaliação Teológica] (Nashville: B & H Publishing,
2010), p. 148.
8. Fruchtenbaum, Messianic
Jewish Epistles [Epístolas Judaicas Messiânicas], p. 336.
9. Paul J.
Achtemeier, 1 Peter: A commentary on First Peter (Minneapolis:
Augsburg Fortress, 1996), p. 152.
10. Fruchtenbaum, Messianic
Jewish Epistles [Epístolas Judaicas Messiânicas], p. 344.
11. Fruchtenbaum, Messianic
Jewish Epistles [Epístolas Judaicas Messiânicas], p. 344.
12. Peter
Richardson, Israel In The Apostolic Church [Israel na Igreja
Apostólica], (London, England: Cambridge University Press, 1969), p. 7.
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